Eu, Sagrada e Feminista



Nós, mulheres, somos fruto de todas aquelas que vieram antes de nós. Nascidas sob o jugo do patriarcado, fomos criadas de forma significantemente diferente dos homens, desprovidas de poder, tanto no sentido do poder de cura, do misticismo, quanto no sentido hierárquico da sociedade. Isoladas do nosso papel ancestral, destinadas a um papel secundário, nos isolamos da nossa essência e nos afastamos do nosso potencial revolucionário.

Reconhecer que fazemos parte de algo maior, uma rede de mulheres conectadas por nossas dores e felicidades compartilhadas, nos aproxima alguns passos do caminho da evolução pessoal. Precisamos assumir o controle de nossas vidas, lutar pelos nossos direitos, lutar pelos direitos de outras mulheres, incansavelmente. Só nos curamos quando todas se curam, só somos livres se todas forem livres.

Diferente do Sagrado Feminino e ao mesmo tão similar, o feminismo busca, como movimento social, assegurar o nosso direito de não sermos violadas física, mental e economicamente. Explico: queremos o fim da violência, velada ou explícita contra mulheres. Incluímos nessa categoria uma vasta gama de situações: assédio sexual, relacionamentos abusivos, feminicídio, maternidade compulsória, salários mais baixos para uma mulher ocupando o mesmo cargo que um homem.

Existem diversas vertentes, com diferentes bases de pensamento e revindicações. É um mundo complexo, que não cabe nessas poucas linhas. Entretanto, perceber que todas nós devemos tomar parte e nos posicionar como feministas é essencial, pois nada mais é do que uma forma de nos reconectarmos com quem realmente somos, para a partir daí construirmos quem queremos ser.



Alice Tavares, membro do Sagrado Feminino de Paracambi e militante do movimento feminista

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